Eu cheguei aqui vestida e tô saindo pelada
Palavras-chave:
crônicas brasileiras - coletâneas, mulheres na literatura, narrativas, trabalho escravo, saberes ancestrais, assentamentoSinopse
No assentamento rural Volta do Rio, no Vale do rio Santa Tereza, município de Jaú do Tocantins, interior do Tocantins, próximo à região de Trombas e Formoso, em Goiás, vive dona Matilde, mulher negra de 84 anos de idade, uma filha e um filho, dos nove de seus(suas) filhos e filhas. Esta publicação é composta pelas narrativas de Dona Matilde, a primeira a ocupar terras no Assentamento, e de alguns outros moradores. Estas narrativas são parte dos Saberes Ancestrais. Dona Matilde é uma das matripotentes narradoras cerradeiras do Vale do rio Santa Tereza. Ela se autodeclara uma mulher morena, porque, diz ela, tem irmãs pretas. Afirma que foi uma “trabalhadora escrava”. Como? Dona Matilde nasceu em 1940, portanto, 52 anos depois da abolição formal da escravatura. Mas ela é assertiva: “sim, senhora, fui uma trabalhadora escrava". Esta é uma necronarrativa, porque performa um eco de morte, o chamado de morte, uma das formas de atuação da necropolítica, uma constante na vida da pessoa negra, independentemente da idade.
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